quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

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É que é tanta coisa não dita no silêncio. Existe tanta coisa no vazio. Exatamente as palavras que não devem ser faladas, as coisas que não devem ser reveladas. Permanecem intactas, intocadas e intocáveis. "Vozes veladas, veludosas vozes." Mas você sabe que existe. Você sente.
E sentir tudo isso pesa, aperta, comprime, corrói.

É um vazio tão imenso! Imenso! Imenso justamente porque você sabe o porquê do vazio. Você sabe que está vazio por que antes estava cheio. Antes existia algo, existia alguém. E é essa ausência que esmaga.
Estava lá, estava aqui, dentro de mim...e agora não está mais. Um espaço aberto, um rasgo, um buraco. Vazio brutal. Vácuo gritante.

A cabeça fica densa, a alma esfria, você sente os pulmões paralisando e luta contra isso. A falta de ar. A falta. O vazio.
Luta e falha. Porque nada pode acabar com o vazio. Não, não há retalhos a serem feitos, não há substituições e você sabe disso. Esse fato também faz parte do vazio. É tudo aquilo que você teve e agora não tem mais. É tudo aquilo que você desejou e amou com a cerne do seu ser, mas não tem. Você perdeu e ficou com nada. Só com a falta. O vazio...




Jessica.

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