Mas um dia, a gente sabe, o sertão há de virar mar.
Nós sabemos, ou esperamos.
Mais esperamos que sabemos.
Pois a terra em que hoje tudo jaz morto e encolhido, em cinzas, há de ser fértil mais uma vez.
Mas não. Não importa esperar isso, saber disso, enquanto nesta terra nenhum flor desabrocha e nenhum fruto nasce.
Afinal, em terra sertaneja não há fruto que amadureça suculento. E flores precisam de mais do que um mar, vasto mar, inóspito, para desabrocharem.
O sol esquenta, a terra queima.
O pó, a poeira,
O mar avermelhado, sem cais.
O caos.
Mas mesmo assim a gente espera....
E vai caminhando na aridez do sertão,
esperando que o mar encontre a gente antes
de alcançarmos o litoral.