quinta-feira, 28 de abril de 2011

"Uma pequena Teoria"



"As pessoas só observam as cores do dia no começo e no fim mas, para mim, está muito claro que o dia se funde através de uma multidão de matizes e entonações, a cada momento que passa.
Uma só hora pode consistir em milhares de cores diferentes. Amarelos céreos, azuis borrifados de nuvens. Escuridões enevoadas.
No meu ramo de atividade, faço questão de notá-las."

- Morte, em A Menina que Roubava Livros

quarta-feira, 27 de abril de 2011

E toma mais um gole de café amargo. (II)

O momento-quando fica para sempre gravado na memória, não é? 
Tinha feito seu caminho, crescido, mas aquela marca era para sempre. Um marco, uma divisão.

***
Ele olhava aquela menina sorridente e de olhos tristes. Quantos anos ela tinha? Sete? Treze? Era tão estranho o jeito de menina e o rosto de gente crescida... impossível saber, pensou.

- Já te contei da minha teoria dos corações inchados? - ela perguntou.
- Não. - ele respondeu rindo.
- É a seguinte: Einstein disse "A mente que se abre a uma nova ideia jamais volta ao seu tamanho original". A minha teoria é que um coração que se abre para um amor jamais volta ao seu tamanho original. Ele se expande, enche, incha, sabe? A "massa" aumenta... Mas aí a pessoa vai embora, mas o amor não.
- E o que acontece então? - perguntou com o rosto apagado, já não sorria mais.
- Aí a gente sofre mais do que um dia imaginamos que sofreríamos e o coração sente tal dor lancinante que parece falhar ao bater. Mas ele não retorna ao tamanho original, apesar de que a "massa" retorna ao seu valor inicial.
- Mas como?
- É que quando a pessoa vai embora, arranca um pedaço do nosso coração junto.

(Silêncio)

- Entendeu agora? O coração continua maior, inchado, mas vazio, esburacado, nunca mais para de sangrar.
- Nunca mais? Não cicatriza?
- Isso eu ainda não sei dizer. Queria poder dizer que sim. Quero. Espero. Mas a dor diminui e o sangue correndo passa a não ter tanta importância quanto no começo.  Mas isso também depende de você: enquanto você quiser sofrer, vai continuar sofrendo e a dor não diminui. Agora, quando você decide descer do muro e seguir em frente, chega um hora que só incomoda.

 (Silêncio)

Não era uma menina, afinal. Devia ter seus 19, pensou com um nó na garganta.

“Eu constantemente sinto saudade das coisas que perco, mas não as quero de volta. 
Já doeu uma vez.”
Caio F.

domingo, 17 de abril de 2011

Equilibristas (II)



Menina Lua, cá estou pensando mais uma vez na enorme saudade que sinto de você. Fico pensando em como as nossas almas se reconheceram, mesmo no silêncio, e que agora é tão fácil as coisas entre nós. Até os pensamentos vão de encontro um do outro.
- O mundo lá fora está desabando - ouvi alguém dizer. Talvez tenha sido essa voz dentro de mim que me deixa louca para fugir. E eu te disse: o mundo lá fora da desabando, o céu está caindo. Você sabia disso também, tinha ouvido de alguém, talvez essa voz dentro de você, que te pede fuga também. Você segurou minha mão, exatamente do jeito que eu precisava. E aí ficamos desse jeito, você me protege e eu te protejo. Por que o mundo estava desabando. As pessoas passavam pelas outras e não queriam mais conhecer a essência delas, não se reconheciam. As pessoas tinham perdido a esperança, mas nós não. Mesmo com o fim das emoções e o retalhar de corações, nós nunca perdemos a esperança. Nós não. Sempre vamos até o fim.
As pessoas estão indo embora, elas estão pisando naquelas coisas pequeninas que nos trazem a felicidade de modo repentino. E é tão triste para nós ver sendo pisoteadas todas essas coisas que tão atenciosamente tentamos manter a salvo.
Mas vamos seguindo assim, tateando, no escuro, de mãos dadas. Por que sempre tentaremos até o fim, até quando todas as outras pessoas perdem a esperança.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

A fé solúvel-


"A razão é como uma equação de matemática... 
Tira a prática
de sermos... um pouco mais de nós!

Que o teu afeto me afetou é fato
Agora faça me um favor"

O Teatro Mágico

Embalada pela saudade...

... que após cada encontro, aumenta.

Te amo pra caralho, olhos negros.
Que a nossa amizade possa se perpetuar para além dessa realidade.

terça-feira, 12 de abril de 2011

On fire



- Fogo… fogo…fogo. - ele sussurrou enquanto nos beijávamos.
- O que? - perguntei.
- Você.
- Eu?
- É, você. Você é fogo puro.



domingo, 10 de abril de 2011


(...)Nos vimos e você me deu aquele abraço abrigo. Único momento no qual eu inspiro e o ar de fato preenche meus pulmões, como se eu passasse muito tempo de baixo d’água e você me puxasse para fora. (...)

Pe-da-ços



Eu soprei, tu sopraste, ele soprou...
E o dente de leão se desfez na minha frente. Foi assim, meio de repente. Eu via um monte de pedaços de mim dançando com o vento. Um caos. E o que sobrou? Raspas, restos e caos. Eu olhei para os lados, procurei um cais, não havia nada.
Everybody leaves, pensei comigo segurando a haste fina e feia que sobrara.

terça-feira, 5 de abril de 2011

"Numbing the pain for a while
 will make it worse when you finally feel it"

Dumbledore.

domingo, 3 de abril de 2011

Refrão de Bolero


"Mas eu falei nem pensar
Coração na mão
Como um refrão de um bolero
Eu fui sincero como não se pode ser

E um erro assim, tão vulgar
Nos persegue a noite inteira
E quando acaba a bebedeira
Ele consegue nos achar"

Engenheiros do Hawaii