Estúpida. Estúpida. Estúpida.
Escancarar uma ferida tão aberta e exposta e deixá-la ainda mais exposta, ainda pior. E foi isso que eu fizera a pouco. Retalhei minha ferida com navalhas imundas de palavras que pensara serem pensadas. Retalhei-me, esquartejei-me. Preparei cuidadosamente uma mistura de álcool e sal e derramei sobre meu supremassivo buraco negro que cada vez mais consome o meu peito. Engole, suga tudo o que há. E as dores malditas se prendem como parasitas por todo o peito.
E agora? O que faço sem você. Que faço eu sem o som do teu coração que depois de tanto tempo juntos, passou bombear o meu também.
Tudo isso por causa da maldita esperança de nos ver felizes. Ou pelo menos, menos infelizes.
Existir agora numa existência miserável e despedaçada... E o pior, sem você. Mas não sou culpada de todo por minha própria dor se não foi eu quem me dilacerou, abriu todos esses buracos no meu peito e derramou meu sangue pelo chão. Não sou o portador da espada.
A dor avança e destrói feroz e voraz a minha vida, o meu peito, a minha alma, a minha cor e a minha ação.
A fúria da dor contra um coração dilacerado.... Estúpida eu, inocentes nós...
Jessica Machado.
Listening: Silence
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