domingo, 5 de setembro de 2010

Sentimental (Cartas II)

"Não me arrependo de nada. Mas vezenquando passa pela cabeça um 'ah, podia ter sido diferente.'"
Caio F.

Houve um longo hiato até que voltássemos a nos falar. Um hiato ainda maior para falarmos das coisas que aconteceram entre nós. Sutil. Não com culpa, nem com magoa e essas coisas. Com riso até.
Taí uma coisa que vou levar pra sempre: nós e nosso riso.
Não há muito o que ser escrito disso, aqui, nesta carta. O que houve é passado irremediável. Houve espera, culpa e tudo mais, de ambas as partes. Algumas coisas vieram só de mim, outras só de você. Sei que no passado fui meio imatura, mas era isso o que eu era.
Mas isso não importa mais.
Segui outro caminho, você também. Caminhos com mais coração, talvez. Mas disso nunca saberemos. Dançamos com outro par. A minha valsa acabou, mas espero que a sua continue te embalando pra felicidade.
Conversamos, com cervejas nas mãos e riso nos lábios, sobre nós e a nossa canalhice.  Foi bom. Tem sido bom te ver, te falar, estar perto e só.
Você vomitou essas palavras que precisava, sem segundas versões e isso é uma coisa que gosto tanto em você.
Acordei pensando em nós e me dei conta que nunca menti pra você. Isso me fez rir.
Não me arrependo de nada que tenha acontecido entre nós e de nada que nos tenha trazido ao que somos hoje. Mesmo havendo coisas ruins e hiatos.
Não sou só um furação que as vezes passa e vai embora só causando estardalhaço. Nem essa imagem que você disse que desenhou de mim. Posso ficar também. Ser um vento forte, mas constante.
De qualquer maneira, essa música que não ouvimos há tanto tempo pode tocar agora.

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