sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Des espero.



Maldito medo que engole a minha voz.
Maldito órgão que afugenta as minhas palavras.
Maldita angustia.
Mal ditas mentiras.
Maldita seja eu, que acreditei em todas elas.

E agora, perto demais, os seios fartos de vontades. O peito farto de palavras vazias, abrindo-se em dor. A cabeça cheia, atordoada, fixada em todas as mentiras que acreditei como minha fé. Elas transbordam do peito e impregnam pelo corpo, pela casa, o caos e o cais.

Não há muito o que falar. As lágrimas são as reticências. Dizem tudo aquilo que ficou preso na garganta. Sufocado no peito, pressionando os pulmões, jogando o corpo frágil contra o chão frio e sujo. Lágrimas afogando tudo num silêncio profundo demais. Inclusive a mim.

Maldito. Mal ditas.

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