terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Voz, abrigo.

"All night long, I laid on my pillow
These things are wrong
I can't sleep here"


O dia fora uma merda. As coisas não deram certo e coisas certas foram perdidas. Os olhos ardiam imensamente com a vontade de chorar. O peso dos dias foram se debruçando lentamente até que naquele dia se tornaram excessivas demais. O caos mergulhado no silêncio caía-lhe como pesadas dobras do tempo.

Sabia que precisava de ouvir... qualquer pessoa. Tomar a dose de alguém. Ligou pra ele, desistiu. Ligou pra ela e ouviu a voz que precisava, em poucas palavras, como de costume, mas que a fez sorrir. Ela sabia que havia algo errado, mas respeitou o tempo-de-não-contar. Mas a saudade dela e vontade do abraço tornou-a muda e acabou desligando após uma breve despedida. Acalmou o coração e aquela pessoa surgiu no coração. Finalmente, ligou pra ele - aquele que apesar de tudo parecia que sempre esteve ali - e aquela voz sempre bem humorada a fez sorrir de verdade. Ouviu muitas palavras, falou poucas e no pouco que disse a resposta que teve à pergunta nenhuma foi "vou praí te ver." E daí acabou-se, a saudade precisava ser assassinada e ninguém a fazia esquecer dos problemas como ele. Mas só de ouvir aquela voz o jeito de dizer que "tudo vai dar certo, relaxa" já fez o dia melhor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário