segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

E o que fica?

Fui me tornando mais resistente à despedidas ao longo dos anos, mas hoje eu penso se aguentarei mais essa. Me despedir, depois de três anos, convivendo, todos os dias, na correria, passando apertos, amadurecendo, vivendo com vocês.




 




Hoje não é dia de meias palavras, não serei subjetiva e não haverá frases não entendíveis. Aqui é declarado o quanto amo vocês e não deixarei de amar.

Todos os dias de manha, quando o desejo de continuar na cama por mais algumas horas de sono quase gritava na minha cabeça, eu me levantava, saia com animo nenhum e lá estava vocês, na mesma vontade de ter ficado em casa, mas na mesma "alegria" de estar ali naquele lugar que tão carinhosamente apelidamos de inferno. Nosso inferno, eterno ceferninho.
Quando é que eu podia imaginar que aquela escola, que em pouco tempo se tornou a minha casa, me transfomaria mesmo.
Lembro até de alguem dizendo "sua cabeça vai mudar quando você entrar lá" e eu dizia "não, não vai". É, minha cabeça mudou, ainda bem. O cefet foi sim um dos fatores que mais me fizeram amadurecer. E vocês, turma mais foda de QUI e adjacentes fizeram parte disso. Porque ali nos entramos com a cabeça pequena e amadurecemos... na correria de todos os dias, seja vagabundando no protocolo (né Juh, Lah e Lalah), seja estudando desesperadamente de ultima hora (ou não) para provas absurdas e afins. Ali aprendemos que para todo ato nosso tem uma conseqüência e nos temos que arcar com elas.
Foram muitos momentos muito bons e outros tantos nem tanto, mas sempre juntos.
São lembranças que pretendo guardar pra sempre dentro de mim, assim como o que cada um de vocês me trouxe.
As colas absurdas nas provas de algumas materias (só algumas, claro), as divertidíssimas aulas do Caldeira Careca (alias, quem foram os vândalos que esvaziaram o pneu dele? xD), as aulas de educação sexual com nossa querida Flora... As atoisses na alzira, a guerra de balão d'agua e os piquiniques no campo, sanduQUIches e afins... A corrida desesperada para fugir da aula de Bio da louca vesga (e depois espancando ela, segundo a propria), seja dormindo proooooooofundamente nas aulas de corrosão, PI, OU e afins, a encheção de saco para adiar provas, relatórios e trabalhos, as desculpas pra tal... as façanhas de fazer 70mil coisas para a mesma semana, as noites no msn fazendo trabalho...

O mais importante é que dali eu vou levar mais do que um diploma de técnica em química, dali eu vou levar vocês. Eu vou levar a amizade, a confiança. A amizade que veio num abraço, numa lágrima, numa recuperação, num conflito, num ombro, num bar.

Não é aquela amizade que se resume em muita simpatia durante as aulas, não aquela que acaba quando as aulas acabam. É aquela que vai além. É aquela que larga tudo e vai comer panetone comigo quando o coração precisa de ajuda pra aguentar as coisas. É aquela que começa em leituras de blogs e se estende a infinitas confissões, abraços, mãos pequenas e opiniões parecidas (não é mesmo B1? xD). É aquela que a gente não lembra bem onde começou, mas sabe bem que não vai terminar, porque foi a que mais ensinou que  duas pessoas diferentes, com opinioes completamente diferentes, podem sim ter uma amizade que vai alem das  palavras, podem se tornar irmãs, perderem-se em abraços. É aquela que respeitas as diferenças de cada uma e a vontade de estar juntas, nos bons e nos maus momentos, cria uma laço tão grande que se torna inseparáveis. É também aquela que você acha que não existe, mas no momento que mais precisa, você descobre que está lá. É  aquela que você duvida, mas não te decepciona nunca. É aquela que te faz desabar pra te deixar mais forte. Que você duvida que pode existir por terem tanto em comum, mas serem tão diferentes que parece estranho se dar bem. É aquela que surge no bar quando se acha que está muito tarde pra isso, mas vê que nunca é tarde demais. É aquela que você sabe que existe, mas se mostra mais nos momentos mais avulsos. É aquela que diz o que pensa e você diz o que pensa, sem medo de machucar, porque se sabe que só o que se quer é que estejam melhores, mais fortes. É aquela em que realmente existe amor.

São laços de amizade e confiança como esses que tornam o que passou inesquecível. E não há muito o que dizer sobre a intensidade dessas coisas. Mas fica o aviso de que vou levar vocês comigo e que no peito grita uma imensa saudade que eu quero assassinar muitas e muitas vezes.

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