sexta-feira, 20 de agosto de 2010


Parecia se exibir para a solidão. O ar cansado, como se estivesse entediada de tudo, mas de olhar selvagem.
Sentei-me ao seu lado e ela me passou o cigarro que fumava como se fossemos conhecidas de tempos.
Aceitei.
O cigarro estava manchado de batom vermelho.
Traguei demoradamente o cigarro voluptuoso, desejando o batom de seus lábios. Ela olhou e de faísca fez-se explosão.
Estava muito quente e barulhento dentro da casa.
Ela segurou minha mão com firmeza e me levou para a noite fria.
Não havia Lua aquele dia e as luzes de fora estavam apagadas. Nada podia ser visto e eu, cega, aceitei a textura de seu batom nos lábios.
Não havia palavras, só o toque suave e voraz de nossas peles na noite escura.
Não havia ninguém para ver o contraste dos cabelos vermelhos.

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