E por um momento tudo ficou estático.
É que por um momento,
muito breve, espero eu,
me escapou a coragem soprando as velas encardidas do barco.
Me escapou como o fôlego escapa quando o choque é grande demais.
Me escapou como o silvo da queda de algo especialmente pesado, quebrável e ajustado em um lugar alto demais.
Na queda faltou o fôlego, mas o choque era barulhento, estilhaçante.
Era quase um grito.
Tudo ficou estático
e o barquinho ficou a deriva,
sujeito somente às intemperidades do mar.
E o mar estava tão calmo, tão plácido.
Era só uma superfície fria e azul
Não havia ondas.
O barco não vagueou
e eu não ouvi a música do mar.
À deriva: Como nossas vontades ficam depois de passada.
ResponderExcluirGostei o modo como escreveste.
*Vou continuar lhe visitando, para descobrir um pouco mais de suas palavras.