domingo, 18 de janeiro de 2009

Doce meio Amargo.




A menina saiu da sala deixando-o afogado em seus pensamentos

"Mas ela é só uma criança... Uma pequena e curiosa criança.
De fato era inocente, seus olhos transmitiam inocência sempre que os fitava por mais de alguns segundos. Mas aquela criança, pequena e inocente não era, definitivamente, indefesa. E a cada dia que se seguia daquela convivência entorpecente ela mostrava tal coisa de maneira mais forte.
Era ate mesmo asfixiante pensar que a cada segundo surgia com uma nova ideia ou opinião sobre tais assuntos..."

Ela chegou ao seu quarto o observou cada detalhe como se estivesse entrando ali pela primeira vez. Aquele não era seu lugar, definitivamente, mas sentia que era quase sua casa. Passou alguns segundos fitando um tênue feixe de luz, denso como uma bruma que ao encontrar-se com o chão escuro, deixava exposto um contraste quase brutal.

Ainda submersa em devaneios seguiu o feixe de luz com o olhar até deparar-se com a sua origem.
A janela estava fechada e as cortinas também, deixando apenas uma fresta, por onde a luz passava com tanta violência.
Então ela olhou as cortinas, tão densas e negras quanto ao veludo da noite, e pousada nelas duas pequenas borboletas brancas. Uma completamente inerte, como se estivesse morta. A outra movimentava as asas "subindo e descendo, como se respirasse".


-.-

Jessica Machado. [19-10-2007]

Nenhum comentário:

Postar um comentário