domingo, 17 de abril de 2011

Equilibristas (II)



Menina Lua, cá estou pensando mais uma vez na enorme saudade que sinto de você. Fico pensando em como as nossas almas se reconheceram, mesmo no silêncio, e que agora é tão fácil as coisas entre nós. Até os pensamentos vão de encontro um do outro.
- O mundo lá fora está desabando - ouvi alguém dizer. Talvez tenha sido essa voz dentro de mim que me deixa louca para fugir. E eu te disse: o mundo lá fora da desabando, o céu está caindo. Você sabia disso também, tinha ouvido de alguém, talvez essa voz dentro de você, que te pede fuga também. Você segurou minha mão, exatamente do jeito que eu precisava. E aí ficamos desse jeito, você me protege e eu te protejo. Por que o mundo estava desabando. As pessoas passavam pelas outras e não queriam mais conhecer a essência delas, não se reconheciam. As pessoas tinham perdido a esperança, mas nós não. Mesmo com o fim das emoções e o retalhar de corações, nós nunca perdemos a esperança. Nós não. Sempre vamos até o fim.
As pessoas estão indo embora, elas estão pisando naquelas coisas pequeninas que nos trazem a felicidade de modo repentino. E é tão triste para nós ver sendo pisoteadas todas essas coisas que tão atenciosamente tentamos manter a salvo.
Mas vamos seguindo assim, tateando, no escuro, de mãos dadas. Por que sempre tentaremos até o fim, até quando todas as outras pessoas perdem a esperança.

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