terça-feira, 3 de março de 2009

Sonhos Entorpecentes [ II ].


Ela caminhava lentamente por uma rua de pedras, completamnte deserta. Havia arvores em toda a sua extenção, como se fosse a mata siliar de um rio.
Estava apreensiva, agitada, ansiosa. Seu coração batia de forma acelerada. Onde estava? O que estava acontecendo?
Sua respiração era ofegante, suas mãos começavam a tremer e sua mente estava quase entorpecida.

Parou bruscamente de andar, fechou os olhos e sentiu um cheiro muito doce, enjoativo. O cheiro asfixiante de morte. Aquele cheiro causou-lhe nauseas, ele entrava por suas narinas como uma massa expessa, sufocando-a, possuindo sua mente. Abriu os olhos e viu neste momento uma borboleta escura voar com dificuldade dentro da escuridão, como se aquele cheiro a tirasse as forças e a puxasse para baixo.
Observou-a até onde seus olhos alcançaram, o que não foi muito, a escuridão estava tão densa aquela noite, uma véu negro que engolia tudo e todos.

Quando a borboleta sumiu de suas vistas uma luz branca envolta em brumas surgiu. A principio pensou que era uma grande luz que estivesse a uma longa distância, mas lentamente a luz se aproximava, e em sua volta uma silhueta negra se formava. Foi quando percebeu... A noite estava imersa em trevas, não consegueria ver a uma distância tão longa. A luz não era do tamanho que ela pensara... era sim, um pequeno ponto que estava a poucos metros de si. Suas feiçoes mudaram imediatamente. Seu delicado rosto se transformou num misto de surpresa, medo e, principalmente curiosidade. Seu coração neste momento batia tão rápido que já não era mais possível escuta-lo.
A silhueta ficando cada vez mais perto e definida. Quando deu por si, estava frente a frente com um homem alto e forte. Sua presença se fez tão forte que ao tentar ver o rosto dele sua mente entorpeceu e ela desmaiou.

Instantes depois ela acorda assustada, o corpo úmido de suor. Seu quarto estava escuro por causa das densas cortinas fechadas, mas o dia já estava claro. Atordoada ela levantou-se da cama, abriu as cortina com violência e sentiu a brisa fresca da manha acariciar seu rosto.
Fora tudo um sonho? Não. Fora tão real... Como se a tênue linha entre a fantasia e a realidade tivesse se partido, outra vez. Talvez não houvessse volta. Estava fadada a viver entre estas duas dimensões tão distintas. Borboletas e Furacões.
Quem era aquele homem cujo rosto não pode ver?

Jessica M. [23-10-2007]

Linstenig: Muse - "Butterflies and Hurricanes"

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