sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Sonhos Entorpecentes [ I ].




Hoje ao acordar ela se manteve na cama por alguns longos minutos... Havia tido estranhos sonhos aquela noite, sabia disso. Mas não lembrava de imediato com clareza e detalhes. Permaneceu na cama inerte, de olhos cerrados como se ainda estivesse dormindo.
Qual era o significado de todas aquelas imagens? Algumas sem sentido nenhum, outra nítidas e objetivas. Era como se a tênue linha entre a realidade e a fantasia tivesse se partido aquela noite.

Era estranho pensar, mas sabia que algo não estava certo, algo essencial tinha saído do lugar de onde nunca deveria ter saído.

Sonhou a maior parte da noite com rosas negras, com seiva da cor luar que escorria como o sangue quente dos pulsos após um profundo e doloroso corte. Corte esse de que tinha uma fina cicatriz em seu pulso esquerdo.
Conhecia muito bem, portanto, a sensação que lhe causara ao ver aquelas rosas estranhamente encantadoras. A mesma sensação que teve ao ver o resultado se seus atos sobre o pulso cortado e febril. Não que fosse uma dor somente física, na verdade a dor que sentia dentro de si era tão intensa que não sobrava espaço dentro de sua mente pra a dor física.

Sonhou que alguém lhe entregava essa tais rosas, alguém que conhecia muito bem, mas não lhe vinha na mente quem era. Sentiu seu cheiro, a presença asfixiante e a silhueta quase omnipotente. Sentiu um olhar pesado sobre si. Quem era? O conhecia sim, mas não lembrava. Simplesmente não conseguia se lembrar. Era como se sua mente se interrompesse no momento em que conhecera aquele homem, apagando-o quase que por completo de sua mente. Quase. A imagem fora apagada, mas a estranha sensação que ele lhe causava não fora. Sentiu-se prepotente e frustrada por não saber que era.

[...]

Jessica M. [ 21-10-2007]

Listening: Nightwish - "Sleeping Sun"

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