Primeiro o sol.
O toque delicado e quente da luz sobre a pele absurdamente fria
Dentro da floresta escura e densa, o sol penetrava com dificuldade, mas seus raios eram se tornavam visíveis até o encontro com o chão.
Era um contraste absurdo, hipnotizante. E lá ia ela... Hesitava, respirava fundo e mergulhava na luz.
A fuga e a guerra sugavam suas forças e ali, dentro daquele fino filete de sol, ela tirava suas energias pra mais uma corrida.
Depois vinha o calor, que de sutis carícias se tornava avassalador, até que começava a queimar-lhe a face branca.
Ficava lá, parada até que o calor começasse a penetrar pela pele, causando-lhe uma dorzinha aguda, como um corte. E recolhia-se, pois sabia que se passasse mais tempo exposta, a dor se tornaria dilaceradora e sua pele se abriria em carne viva.
Abrigava-se nas sombras e ficava observando os estragos, até que sua pele voltasse a ser a superfície lisa e branca de sempre.
Ahh, as sombras. Era seu abrigo... e sua prisão.
Precisava dela para sobreviver, mas essa condição a deixava profundamente infeliz.
Era uma dor tão profunda que só ela sabia de sua existência. Profunda demais para ser exorcizada... Seja em palavras ou lagrimas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário